sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Paixão euforia e fé em um domingo qualquer

Fala, Nação Tricolor!!!


Chegamos ao último texto da trilogia que relata os sentimentos distintos vividos por tricolores no Estádio Olímpico de Goiânia no último domingo. E para encerrar, Junior Costa, tricolor apaixonado, nos conta seus sentimentos com relação à épica classificação contra o Democrata-MG.



Paixão euforia e fé em um domingo qualquer


Foto: Edivair Custódio


Um domingo como todos os outros, para uns sim , para outros não, alguns passam em família outros provavelmente ansiosos para um jogo, uma decisão, algo que mexe diretamente com emocional e principalmente o coração.

Muitos dizem “ ah futebol é só 22 macho correndo atrás de bola e um monte de bobo assistindo” será? O futebol vai além disso, te trás novos amigos, te faz chorar sendo de alegria ou de dor,nas comemorações te faz abraçar o desconhecido como se fosse um amigo, faz você se apaixonar mais ainda por um clube e te faz sentir momentos que se eternizam na memória. E foi assim nesse último final de semana. Aproximadamente 1600 apaixonados por um clube em ascensão que acreditavam em um sonho se deslocam até a capital com coração carregado e muita esperança em um bom resultado.Jogo difícil tensão do início ao fim, cada um se envolvia da sua forma com a partida... No final deu tudo certo... Essa imagem define bem o que é a paixão o amor por um clube... Se ajoelhar e usar sua FÉ seja pra pedir ou agradecer é algo que emocionou quem ali estava a união torcedor clube e jogadores é algo especial e juntos estão escrevendo uma linda história... É um sonho distante?!! Sim... mais independente do que o futuro nos guarda...por viver momentos assim já somos realizados. Nunca será futebol... Quando se une paixão e fé ela só aumenta falando do meu tricolor!!!



Junior Costa

Paixão e Euforia em Um Domingo Qualquer

Fala, Nação Tricolor!!!

Chegou a hora de vocês darem aquela conferida no segundo texto da nossa trilogia "Paixão e Euforia em Um Domingo Qualquer"!


Dessa vez quem nos empresta suas sábias e emocionadas palavras é o fanático tricolor Vince Araújo!


Paixão e Euforia em Um Domingo Qualquer


Foto: Vitor Souza


Logo na chegada eu virei pra Kelly e falei “vai dar bom!”. Tentava me acalmar mais do que convencer.r Eram 4 ônibus lotados que iam se juntar aos carros igualmente abarrotados. Gente a dar pelo ladrão, a escolta desencontrou, a polícia fazia o melhor que podia, mas seguia ordens de partes distintas. Complica né? Um doidinho quase fica pra trás, chegou de ultima hora, não colocou o nome na lista e eu tive que mentir pro dono da frota pra ele não ficar rodado.

Daquele modelo, né: Tudo dando certo pra dar errado.

De saída o ônibus apagou na Av Brasil. O Alessandro puxou uma oração de Pai-Nosso que foi entoada como se fosse um canto de torcida. Tinha uns moleques de 12, 14 anos no máximo, com a camisa da escolinha do Galo, Os olhos fechados como se pedissem de presente de natal uma alegria naquela tarde. Foda-se o Playstation - Era a primeira caravana deles. Isso marca a vida de um torcedor.

O comboio chegou em Goiânia 10 minutos antes do jogo. A aglomeração de camisas tricolores se formava na frente do Olímpico, mas o povão já entendeu que Galo Doido Veste Preto. Eu vou com a minha listradinha de fé, homenageando 65. Ramon trouxe a faixa de 47 com duas estrelas porque quem conhece a história não duvida: Uma hora eles vão ter que reconhecer!

Eu sou operário, né. É Faixa pra estender, cumprimentar os aliados, a cerveja cara e quente, e eu perdi o gol do Mineiro. Já tô acostumado. Tinha nego perdendo a linha e ficando quase pelado pra levantar o povão e fazer ouvir do lado de fora do estádio: Olê, lê-o, é Tri-Color!

Pensaram que ele ia desmaiar.

Mas, Mano: O Time se entregou! Jogou com uma raça que há algum tempo a gente não via. A gente sabia que o alento tava reverberando lá dentro. É impossível que os caras não vão sentir essa vibração! É paixão e euforia demais pra um domingo qualquer. Hoje vai ser especial.

Fim do jogo chegando e a bateria não parou um minuto, nem eu. Não consegui nem abastecer meu mano que tava rasgando os calos da mão pra ditar o ritmo do coração de 2 mil tricolores.

O Bolba é foda! Dá o tom mesmo, cê tem que ver!

Aí vem a porra do juiz e me adiciona 8 minutos.OITO! Depois ainda dá mais 2…O Brasil não aguentou 4. Será que vamos de novo amargar uma engasgada nesse estádio? Népussivel!

Mas só quem vive sabe, é nessas horas que você sente que tudo vale a pena…

Meu capitão tinha escorregado no gol dos caras - tremendo golaço por sinal, e ele não ia desistir enquanto não se redimisse! Esse também é foda! Você é o cara Stéfano! Se livrou de 3 pela ponta direita, levantou a cabeça e colocou a bola na na entrada da pequena pro Vitor Hugo. Se eu não tivesse visto, ia dizer que foi com a mão.


Agora o peladão morre!

Daí ce sabe, né? Cerveja voando pra cima e grito no ouvido! A mina da bandeira jogou o bambu no meio do povo e quase quebrou a câmera do cara da 1080! Haha essa parte é mentira, mas eu ri aqui imaginando a cena! Pra fechar com chave de ouro o Marcio invade a arquibancada e eu não acreditei que ele tava ali!

 “Celoko, cara? Vai tomar cartão!” e ele só “é gol, porra. Aqui é Galo!”. Marcio é lenda!

Na volta, tem a parada em Teresópolis porque é de lei, na vitória ou na derrota! Luzimar convenceu o motorista que queria seguir viagem a parar, mas com a CPE não tem conversa né, o pau canta.

Mas os de verdade eu sei quem são:

Sidney se deu conta de que não íamos parar, juntou o pessoal que tava lá (Chega arrepiei!) soltou uns foguetes e cantou pra nós como se fossemos nós os responsáveis pela classificação.

E quem disse que não foi?

Vamos por Mais. Bora, Meu Galão!


Vince Araujo e a Família Tricolor







quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Paixão e Euforia em Um Domingo Qualquer

 Fala, Nação Tricolor!!!


Bom, que sonho momento estamos vivendo, hein? E é claro que a caminhada rumo à glória do acesso precisava de uma tarde no Estádio Olímpico de Goiânia, local onde começamos a escrever nossa bela história. Então, para eternizar a tarde do último domingo, decidimos registrar as emoções vividas pela torcida do Galo sob a visão de alguns torcedores.

Esperamos que gostem e que consigam sentir novamente, mesmo que por um instante, a adrenalina proporcionada por nossos guerreiros.



Paixão e Euforia em Um Domingo Qualquer


Foto: Edivair Custódio


Domingo, o dia tradicional do futebol. Semana após semana, sempre o domingo. O dia santo, o dia do nosso jogo.


Milhares de histórias desses domingos poderiam ser contadas a fio, mas a história por vezes parece querer se escrever sozinha e o faz por conta própria. E foi assim, num domingo qualquer, que a história de amor entre o time do povo e o charmoso Olímpico de Goiânia ganhou mais um capítulo.


Mas, por quê? Por que justo essa história?


Porque num domingo qualquer, os Operários ficaram sem sua casa, seu lar, seu alçapão.


Longe de sua comarca, o Galo, distante de seu terreiro, seria capaz de cantar? A resposta é óbvia, porém, há quem só acredite vendo.


Mas estar longe de casa não é quedar distante dos seus. E 75 anos depois, lá estava uma verdadeira Caravana Operária, carregando em seus braços e empurrando através de seu canto os coautores da história de um domingo qualquer.


A verdadeira paixão não tem limites, porque quem ama, não abandona. Pega nas mãos e caminha em frente.


E no engrandecer de sua crista, surgiu a vitória gloriosa. Tão emblemática que foi possível enxergar da Boa Vista, mesmo há quilômetros de distância.


Incontrolável foi a euforia de mil e seiscentas almas, que se uniram em apenas um exército para a Batalha da Avenida Paranaíba. Um esquadrão tão forte, intransponível, a ponto de proporcionar abraços entre aqueles que nunca sequer se viram na vida, e que talvez não voltem a se encontrar novamente.


Uma euforia tão indescritível, capaz de gerar sorrisos e lágrimas por um mesmo motivo: a vitória do povo, dos operários, dos tricolores.


Pessoas ajoelhadas, incrédulas. A cerveja voando. O grito de gol vindo do coração de cada um dos presentes, e também dos que não puderam estar no campo de batalha.


Não foi um domingo qualquer. Mas qualquer detalhe desse dia merece a eternidade.

sexta-feira, 10 de março de 2023

Anápolis, campeão goiano de 1947


A busca pelo reconhecimento de um título do passado é sempre um tema delicado no meio futebolístico.
Controverso, delicado e, principalmente, polêmico.

Antes de começar a falar sobre o Campeonato Goiano de 1947, o autor deste blog gostaria de deixar claro que o presente texto não busca apenas defender o reconhecimento do título do Anápolis Futebol Clube, mas sim evidenciar a necessidade de uma reparação histórica para com os verdadeiros campeões goianos da era amadora do futebol do estado (pré-1962).

É comum encontrar na internet listas de campeões goianos que informam aos leitores que o Campeonato Goiano começou a ser disputado em 1944.

Entretanto, não foi bem isso que aconteceu.

De acordo com pesquisas dos colaboradores do site Futebol de Goyaz, dentre eles Gerliézer Paulo, João Paulo Di Medeiros, Rafael Bessa e Vinícius Tondolo, que tem como propósito principal resgatar a história do desporto no estado, os clubes que aparecem listados como campeões goianos entre 1944 e 1961 conquistaram, na verdade, o Campeonato Citadino de Goiânia - torneio disputado apenas por times da capital, com algumas presenças esporádicas de clubes anapolinos, de Nova Veneza, Inhumas e Pires do Rio.

Por mais que na ausência de uma competição que abrangesse o estado todo periódicos da época, como o Jornal de Notícias, de Goiânia, chamassem o torneio municipal de "Campeonato Goiano", por diversas vezes usaram expressões como "campeonato da cidade", "campeão goianiense" ou "Citadino" para se referir ao certame.


Jornal de Notícias - 26/04/1956

Jornal de Notícias - 24/03/1957


O Campeonato do Interior

Em 1947, a Federação Goiana de Futebol organizou de forma paralela ao torneio goianiense o primeiro Campeonato Goiano do Interior.


Sport Illustrado (RJ) - 1947


A ideia não era nova. Relatos jornalísticos da época provam que a entidade máxima do futebol goiano tentava organizar o certame desde 1944 - ano do primeiro Citadino que ganhou status de estadual.


Sport Illustrado (RJ) - 1947

Sport Illustrado (RJ) - 1947


Entretanto, apesar da iniciativa de Benjamin Roriz, à época presidente da FGF, não houve campeonato, pois apenas dois clubes acenaram positivamente quanto à realização do certame em 1944.


Sport Illustrado (RJ) - 1947


Passados três anos, finalmente a federação conseguiu organizar o primeiro Campeonato Goiano do Interior, com a participação de sete clubes: União Ipamerina, Jaraguá, Pires do Rio, Catalão, Operário, de Goiandira, e os anapolinos União Operária e Flamengo.


Sport Illustrado (RJ) - 1947


É importante citar que a União Operária já existia desde 1938, mas estava inativa desde 1941 (nessa primeira fase, se chamava União Sportiva Operária). O clube foi refundado no dia 1° de maio de 1946, a partir de um movimento liderado por Geraldo Rodrigues de Siqueira, dono de uma oficina, que viria a ser o goleiro titular do time na conquista estadual de 1947.

A atual denominação, Anápolis Futebol Clube, só foi adotada em 1951, na gestão do presidente João Beze.


Vale ressaltar que um time de Anápolis disputou o Campeonato Goianiense em 1947: o Annapolis Sport Club. O convite da FGF veio após o time golear a União Operária por 10 a 2, em um amistoso disputado no dia 17 de abril daquele ano.

Essa goleada mudou para sempre a história do futebol anapolino.

Conforme aponta o site Futebol de Goyaz, o torneio teve seis partidas:


Primeira fase

30/11/1947 - União Operária 5 x 2 Jaraguá

Segunda fase

14/12/1947 - União Ipamerina 3 x 0 Pires do Rio
15/02/1948 - Catalão 4 x 2 Operário de Goiandira

Semifinal

14/12/1947 - União Operária 3 x 0 Flamengo
29/02/1948 - União Ipamerina 3 x 1 Catalão

Final

21/03/1948 - União Operária 4 x 2 União Ipamerina


A grande decisão do primeiro Campeonato Goiano do Interior aconteceu em Goiânia, no Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira.

À época presidida por Dahas Bittar, a União Operária sagrou-se a primeira campeã goiana do interior, conseguindo assim o direito de disputar a decisão do campeonato estadual, em partida única novamente na capital, contra o Atlético, campeão goianiense.

Na edição do periódico "O Anápolis", é possível visualizar o anúncio do que seria o primeiro jogo da história da recém-fundada Associação Atlética Anapolina. O adversário seria o Atlético, que o jornal afirmava ser o "vencedor do torneio da capital de 1947", mais uma vez evidenciando o caráter do certame.


O Anápolis - Março/1948


O Campeonato Goiano de 1947

Após conquistar o título do interior, a União Operária teria pela frente um desafio ainda maior: a decisão do campeonato estadual contra o Atlético.

Conforme noticiou o jornal "O Anápolis", a Federação Goiana de Futebol determinou a obrigatoriedade do cruzamento entre os vencedores dos campeonatos de Goiânia e do interior para decidir o título de campeão goiano.

A partir daí, houve uma tentativa por parte da direção da União Operária de reforçar o elenco para a grande decisão. A diferença técnica entre o Atlético, campeão goianiense, e o "Clube da Avenida" era muito grande. O Annapolis Sport Club, grande rival e melhor time da Cidade de Ana à época, possuía vários bons jogadores, que receberam convite para defender a UEO por empréstimo na partida decisiva. Entretanto, imaginando que o Dragão aplicaria uma goleada histórica frente aos campeões do interior, a esmagadora maioria dos atletas recusou a oportunidade, exceto um: Laudelino, o Laudo Puglisi.

Segundo aponta pesquisa feita pelo site Futebol de Goyaz, no dia 11 de abril de 1948, o jornal "O Popular" afirmou que dentro de poucos dias Atlético e União Operária jogariam pelo título máximo do futebol goiano.

A grande decisão ocorreu uma semana depois, no dia 18 de abril, em Goiânia.

Os futuros campeões estaduais viajaram a Goiânia em um caminhão, chegando ao destino após incríveis cinco horas de viagem. A demora se justifica pelo fato de que a BR-153, rodovia que liga Anápolis à capital (59,3 km), ainda não havia sido construída, então o trajeto utilizado foi a antiga estrada, cheia de curvas e extremamente perigosa, que passava pelo atual município de Goianápolis.

Cid abriu o placar para o Atlético logo no primeiro tempo. Antes do intervalo, Chupeta empatou para a "Caravana Operária". Já na segunda etapa, Laudo Puglisi, que anos depois vestiria a camisa da eterna rival Anapolina, marcou duas vezes e colocou 3 a 1 no placar em favor da União Operária. Antes do fim, Ari descontou para os campineiros, mas a reação parou por aí.

Vitória da União Operária, que conquistou o título do primeiro Campeonato Goiano oficial organizado pela Federação Goiana de Futebol.


Algumas fontes creditam o terceiro gol dos operários ao atleta Moreno.

O Anápolis - 22/04/1948


É importante destacar que apesar de haver várias evidências de que se tratava de um genuíno campeonato estadual esses torneios ficaram conhecidos posteriormente como "Supercampeonatos Goianos", inclusive aparecem com essa nomenclatura nos artigos da Wikipedia que, em teoria, informam sobre a existência desses certames.

Todavia essa nomenclatura NUNCA FOI UTILIZADA oficialmente pela federação e nem pela imprensa para esses campeonatos. A única exceção foi na temporada de 1952, quando houve de fato um torneio chamado "Supercampeonato", que envolveu clubes goianienses e anapolinos.

Na manchete do jornal O Anápolis, é possível observar que o diário anapolino escreveu:

 "A União Operária é o super campeão de Goiaz"

A expressão "super campeão", escrita separadamente, é utilizada para transmitir a ideia de uma grande conquista e não com objetivo de referenciar o vencedor de um torneio chamado "Supercampeonato".

Outrossim, o próprio jornal faz referência à União Operária como "Grande Campeão Goiano", cita a FGF como organizadora do estadual e diz que a entidade entregou ao clube um troféu.

A União Operária foi a campo com a seguinte escalação:

Geraldo Siqueira; Agenor, Pedro, Idelcy "Nêgo", Geraldo "Bacalhau", Álvaro, "Bananeiro", "Cunhado", "Chupeta", Laudo Puglisi e João "Moreno".


Elenco campeão goiano | Futebol de Goyaz


Da esquerda para a direita:

Edmundo Martins, Cunhado, Agenor, Nêgo, Laudo Puglisi, Moreno, Bananeiro, Bacalhau, Álvaro, Chupeta, Pedro e Geraldo Siqueira


A imprensa goianiense também destacou a partida, evidenciando a conquista estadual do Tricolor da Boa Vista.


Folha de Goiaz - 20/04/1948


Álvaro Fernandes de Castro, um dos heróis da épica conquista, relatou que o jogador atleticano Tocafundo teria desmaiado logo após entregar o troféu de campeão goiano aos anapolinos, segundo contou Adhemar Santillo, ex-prefeito de Anápolis, em entrevista ao programa "Futebol de Goyaz e Suas Histórias".


Diante das reportagens da época, não restam dúvidas de que o Anápolis é o legítimo campeão goiano de 1947.

Mas, outros meios de comunicação relembraram a conquista anos depois, reforçando a importância do título.

No natal de 1958, o Jornal de Notícias, de Goiânia, produziu em sua edição especial uma linha do tempo com os principais acontecimentos do futebol goiano até aquele ano. E, claro, citou a conquista do Anápolis, a quem chamou de "Operário", afirmando que a vitória por 3 a 2 em abril de 1948 deu ao clube o status de "primeiro campeão estadual de futebol".


Jornal de Notícias - 25/12/1958


Poucos dias depois, em 9 de janeiro de 1959, às vésperas da disputa do Campeonato Goiano de 1957, o mesmo Jornal de Notícias referenciou novamente a conquista do "Clube da Avenida".


Jornal de Notícias - 09/01/1959


É importante ressaltar que o redator responsável pela matéria cometeu equívocos ao relembrar o campeonato de 1947:

- O certame ocorreu em 1948, não em 1949
- A União Operária não se classificou à decisão após ser campeã anapolina, pois a liga municipal ainda não exsitia (foi fundada em 1949, e o Anápolis só conquistou-a pela primeira vez em 1954)
- O clube foi o vencedor do Campeonato Goiano do Interior de 1947


Obs.: Apesar de nunca ter se chamado Operário oficialmente, o atual Anápolis Futebol Clube era conhecido popularmente por essa alcunha.


No dia 4 de fevereiro de 1977, chegava às bancas a edição número 354 da Revista Placar, que produziu uma reportagem especial sobre o futebol anapolino. Em meio a vários tópicos, mais uma vez foi citado o título conquistado em 1948 (o redator ainda se equivocou, citando que a histórica conquista teria ocorrido em 1949).


Revista Placar (n° 354) - 04/02/1977


A oficialidade do torneio é inquestionável, apesar de "esquecida" pela federação, que voltaria a organizá-lo em 1957, 1959, 1960 e 1961 - essas contaram com três participantes: campeões goianienses, anapolinos e do interior.

América de Morrinhos, Goiânia, duas vezes consecutivas, e Vila Nova foram os campeões dessas edições.

A edição de 1957, segundo Campeonato Goiano, só ocorreu em 1959, por consequência da demora da definição do campeão anapolino daquela temporada.

O torneio foi disputado em sistema de pontos corridos, enfrentando-se todos contra todos em dois turnos. O campeão foi conhecido na penúltima rodada, quando o América venceu o Ipiranga por 1 a 0 em Anápolis. Os ipiranguenses ainda teriam que ir a Goiânia enfrentar o Atlético, para encerrar o certame.

No anúncio da partida, o Jornal de Notícias ressaltou que se tratava do encerramento do segundo estadual da história.


Jornal de Notícias - 08/03/1959


A partir de fotos da época, obtidas através de pesquisas e cortesias, foi possível reproduzir o escudo utilizado pela União Operária durante a campanha do título estadual.

Escudo da UEO em 1947 | Vitor Souza


O objetivo dessa matéria não é buscar uma "canetada", muito menos a revogação dos títulos goianienses elevados a estaduais. Trata-se, apenas, de evidenciar a oficialidade e a veracidade do título conquistado em 1947 pelo Anápolis Futebol Clube.

Galo, bicampeão goiano de futebol.


Campeões goianos | Cortesia: Vince Araujo


Em pé: Edmundo Martins, Nêgo, Bacalhau, Geraldo Siqueira, Pedro, Agenor e Álvaro.

Agachados: Bananeiro, Cunhado, Chupeta, Laudo Puglisi e Moreno.


Obs.: Não foi possível identificar o último integrante do estafe que aparece em pé à direita.


Foto retirada do livro "Sou Anapolino Com Muito Orgulho", cedida ao autor Wolney Ronaldo Silva, filho do ex-atleta Raul Silva, por Álvaro Fernandes de Castro, um dos jogadores campeões goianos em 1947.



Por Vitor Souza

Twitter: @v_souza25
Instagram: @v_souza25


Agradecimentos:


Claudiomir Justino Gonçalves
Gerliézer Paulo
Guillermo Alexander B. Rivera
Ocimar Ziley
Vince Araujo



Atualizado em: 02/04/2023, às 11:42
Atualizado em: 08/04/2023, às 21:25
Atualizado em: 14/04/2023 às 12:34




Paixão euforia e fé em um domingo qualquer

Fala, Nação Tricolor!!! Chegamos ao último texto da trilogia que relata os sentimentos distintos vividos por tricolores no Estádio Olímpico ...